Ocupação Anticorpos 10 anos – FUNARTE/MG

A ocupação artística Anticorpos 10 anos, foi selecionada no edital nacional da FUNARTE e será organizada pelo grupo de pesquisa e criação artística Anticorpos – investigações em dança, trazendo para Belo Horizonte espetáculos produzidos na cidade de Ouro Preto. O grupo atua desde 2012, junto ao Departamento de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, sob a coordenação do artista e professor Éden Peretta, investigando possibilidades de criação artística na intersecção entre dança, videoarte e intervenção em espaços urbanos. Suas obras possuem influências técnicas e poéticas da dança butô e, por isso, apresentam como epicentro de suas criações a carnalidade do corpo e a problematização das dimensões (bio)políticas que o normatizam nos meios sociais. O nome e o símbolo do grupo provêm explicitamente de inspirações anarquistas, reivindicando a existência de corpos que se recusam (anti-corpos) a se submeter aos padrões normativos das sociedades ocidentalizadas modernas, transformando-se assim também em anticorpos: microscópicos… mas comprometidos organicamente com a resistência e o combate, buscando a cura da sociedade doente na qual habitam. Assim sendo, o grupo localiza-se ao interno de um movimento crítico da sociedade que visa ampliar o debate sobre as atuais normatizações da vida e, com isso, deseja desconstruir as intolerâncias, racismos e fobias de gênero. Em seus 10 anos de produção, o grupo criou mais de 15 obras artísticas, entre espetáculos, videodanças e vídeoinstalações, selecionadas e convidadas em diversos festivais e eventos nacionais e internacionais, em diferentes países das Américas (Brasil, Colômbia e México) e em Portugal.

A Ocupação FUNARTE Anticorpos 10 anos é um evento concentrado em duas semanas (de 24 de janeiro a 03 de fevereiro de 2024) contando em sua programação com 11 espetáculos, 4 rodas de conversa, 2 oficinas formativas, projeção de um videodança média-metragem, uma festa e a exposição fotográfica de seus espetáculos.

As obras que serão apresentadas durante a Ocupação são os trabalhos mais recentes do grupo, com espetáculos – solo e coletivos – e uma videodança. Além disso, participam também da programação alguns trabalhos de grupos artísticos sediados em Ouro Preto que compartilham sejam as mesmas inquietações artísticas sejam os mesmos integrantes (ou ex-integrantes) do grupo Anticorpos, os quais continuam reinventando, atualizando e reinventando, cotidianamente, os seus princípios poéticos e suas metodologias de criação.

Fica aqui então o convite a todos, todas e todes para celebrarem mais este aniversário do grupo e aproveitarem essa oportunidade para conhecerem mais de perto a sua poética feita de carne, ossos e poesia.

Maiores informações em suas redes:

https://www.instagram.com/anticorpos.id/

https://www.instagram.com/anti__corpos/

YOSHI – Imagens laceradas no Festival de Inverno de Ouro Preto

Sinopse

O espetáculo “Yoshi – imagens laceradas” nasceu de um procedimento de laceração das imagens, criadas pelo artista visual mineiro Caio Mateus, de animais deformados e empalhados. Em um movimento criativo do olhar, buscamos nos escombros dessas imagens desfiguradas fragmentos que nos remetessem – por repercussões metafóricas visuais – à “dimensão rítmica da forma”: aquilo que Georges Bataille nomeava como “informe”. Em uma inquietação decolonial, ao nos depararmos com o conceito de Yoshi, do povo amazônico Yaminawa, decidimos construir – poética e hereticamente – aproximações ou equivalências entre esses conceitos. Foi assim que ousamos “falar com” (e não “falar por”) os povos ameríndios, acreditando que suas imagens e seus pensamentos se aproximam radicalmente de nosso compromisso na desconstrução da figura humana como epicentro da vida. Yoshi é movimento, é anima; é a figura que se move entre a forma e a sua não forma. Yoshi é o informe; é a dimensão da vida que está em tudo e que torna possível ao xamã metamorfosear-se e transitar entre as formas de todos os seres. Yoshi transformou-se assim em nosso espetáculo, poeticamente movediço mas politicamente compromissado para que “o céu não caia”. 

Ficha técnica 

Dança

Diego Bernardo Coelho 

Marina Freire Brandt

Maria Luisa Mesquita Mendanha

Marina Cangussu Souto 

Thayna Pereira Lobo

Música

Arnold Gules Airala

Materialidades Cênicas e Assistência de Direção

Belize Mello Neves

Direção e Luz

Éden Peretta

Duração

50 minutos

Imagens

https://www.behance.net/gallery/176144957/Yoshi-Imagens-Laceradas

Chã

O videodança Chã, do coletivo Anticorpos – Investigações em dança, nasce como reelaboração do material gravado para o média metragem FRONT. No ano de 2022 já foi selecionado e apresentado nos festivais internacionais: RASGO – Mostra Latinoamericana de Videodança, Inmediata Festival Internacional de Videodanza e Festival Niamakala 2022.

sinopse
Chã é um videodança que homenageia os mortos de minha linhagem materna, germinada nas montanhas do interior de Alagoas (Brasil), na cidade de Chã Preta. É a experiência de uma memória ficcional em relação a uma ancestralidade difusa entre o povo Xucuru-Cariri e os habitantes do antigo Quilombo do Palmares. Uma experiência videográfica que se desenvolve sobre e sob uma terra feminina, um solo fértil que abriga os fluxos entre a vida e a morte. Chã é também uma das células videográficas que compõe em fragmentos o média metragem FRONT. do coletivo Anticorpos – investigações em dança.

synopsis
Chã is a video dance that honors the dead of my maternal lineage, germinated in the mountains of the interior of Alagoas (Brazil), in the city of Chã Preta. It is the experience of a fictional memory in relation to a diffuse ancestry between the Xucuru-Cariri people and the inhabitants of the ancient Quilombo dos Palmares. A videographic experience that develops over and under a female land, a fertile soil that shelters the flows between life and death. Chã is also one of the videographic cells composed in fragments of the medium film FRONT. from the collective Anticorpos – investigations in dance.

direção, edição e som / direction, edition and sound
éden peretta

imagens / photography
priscilla freitas
éden peretta

dança / dance
éden peretta
quino

produção / production
anticorpos – investigações em dança

Chã from Anticorpos on Vimeo.

FRONT. no ar!

Assista aqui o novo trabalho do coletivo Anticorpos – Investigações em dança, dentro da II Mostra Multi da UFOP.

FRONT. – novo trabalho do coletivo Anticorpos

Em outubro estreia a primeira aventura “cinematográfica” do coletivo Anticorpos. Em uma tentativa “vintage” ressuscitamos o formato média-metragem e lançaremos nosso primeiro filme intitulado FRONT., em formato virtual, dentro da II Mostra Multi da Universidade Federal de Ouro Preto. Atravessados pela imagem trazida por Tatsumi Hijikata de que dançarinos são “armas letais que sonham”, propomos aqui um percurso imagético no processo de construção de 9 dançarines que se prepararam para suas batalhas diárias. Valendo-se do processo de criação dramatúrgica das “cinco peles” desenvolvido pelo professor Éden Peretta, a artista Vina Amorim conduziu o processo criativo no qual as dançarines investigaram suas próprias peles e criaram suas dramaturgias íntimas, sempre atravessadas pela constatação de que, no contexto obscuro em que vivemos, todos os dias são dias de luta: nosso front de batalha cotidiana edificado nas fronteiras de nossos corpos. Qual é a sua batalha?

Confira mais detalhes aqui

Contágio (2020)

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Em meio à clausura da pandemia e diante das reverberações de seu último projeto “Quarentena – quando a espera se torna uma ação”, o coletivo Anticorpos propõe um desdobramento de sua proposta, no qual incentiva a troca entre artistas que também se sentiram estimuladxs, assim como nós, a continuarem seus processos criativos.
O projeto “Contágio” convoca todxs xs interessadxs a produzirem e compartilharem em suas redes pequenos vídeo-poemas capazes de fissurar o cotidiano durante a suspensão social pela qual passamos. Os vídeos devem ter 40 segundos de duração, em formato 1×1, e serem inspirados livre e poeticamente em um texto, uma frase ou um pensamento que te inquiete ou movimente. Crie seu vídeo, identifique o texto referencial, marque com #contagioanticorpos e compartilhe em suas redes. Em seguida, convide/contagie mais três pessoas com a mesma proposta. Sejamos anticorpos, investigando sensações e possibilidades de imunização dessa nossa sociedade cada vez mais doente.
#crieanticorpos #contagioanticorpos #quarentenaanticorpos

QUARENTENA

quarentena insta

Dez artistas da dança impedido/as de continuarem seus processos de criação na sala de trabalho devido à quarentena vivida pela/os brasileira/os com a chegada da pandemia gerada pelo COVID-19, decidem continuar suas pesquisas e produções à distância, tentando criar assim possibilidades de transformar a espera em uma ação. Livremente inspirado nos cordéis da série Pandemia da editora n-1 edições, o projeto QUARENTENA propõe criar 40 vídeos-poema de 40 segundos cada, compartilhando as reverberações artísticas de ambas as pandemias que nos atravessam neste momento.

Acompanhem os vídeos diariamente aqui em nossa página ou diretamente em nosso instagram.

Vento Daruma – Homenagem a Yoshito Ohno

cartaz vento daruma impressão
APRESENTAÇÃO VENTO DARUMA
  “Em Akita, ou melhor, em todo o distrito de Tohoku, há algo chamado ‘vento daruma’. É melhor eu explicar isso um pouco. Às vezes, quando sopra do norte, a neve gira e o vento é simplesmente inacreditável. Então uma pessoa de Tohoku pode ser enrolada pelo vento que sopra da trilha entre os arrozais até a porta da frente e, vestida com o vento, tornar-se um vento daruma parada em pé na entrada. O vento daruma entra na antessala, e isso já é butô” (HIJIKATA, in TDR, 44.1, 2000, p. 71).
Em março de 2013, o mestre de butô Yoshito Ohno nos deu a honra de recebê-lo em um evento em Ouro Preto. Wind of Times, evento organizado em parceria com a produtora paulistana Prod.Art, trouxe pela primeira vez Yoshito Ohno para o interior de Minas, onde pôde ministrar uma oficina e apresentar seu espetáculo em Ouro Preto e Tiradentes. Exatamente 7 anos depois, em 8 de janeiro de 2020, Yoshito assumiu de vez a imaterialidade de sua dança e decidiu abdicar da matéria deste mundo. Gostaríamos, portanto, de homenagear o seu legado e sua memória neste ano de seu recente falecimento. Surge assim “Vento Daruma – homenagem a Yoshito Ohno”, um encontro entre pesquisadorxs e artistas que visam compartilhar e discutir seus trabalhos inspirados pela dança butô, a ser realizado na cidade de Ouro Preto (MG), de 26 a 29 de março de 2020.
Daruma, no Japão, é um símbolo de persistência e força, representado por um boneco sem membros e sem pupilas. Seu nome deriva da abreviação de Bodhidharma, o mítico fundador da tradição Zen budista. Yoshito era um dos últimos artistas da primeira geração da dança butô. O vazio material deixado por sua partida nos inspira a pensar no movimento, na força e na persistência do legado a nós deixado por artistas como ele, Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata.
Neste sentido, gostaríamos de convidar a todxs para celebrar a força da ausência. Celebrar a persistência e as ressignificações que os ensinamentos desses grandes mestres deixaram espalhados pelo mundo. Gostaríamos de convidar a todxs xs interessadxs a trazerem suas inquietações para este nosso evento, o qual terá uma estrutura bem aberta visando possibilitar a troca e o diálogo entre xs participantes, privilegiando espetáculos, performances, rodas de conversa e debates, ao invés das tradicionais conferências e palestras.
Nossa intenção também é a de reunirmos xs interessadxs na organização de um grande evento em março de 2021, no aniversário de Tatsumi Hijikata, um dos criadores da dança butô, para refletirmos sobre as reverberações, mestiçagens e atualizações desta dança.
O evento é hospedado pelo Departamento de Artes Cênicas e pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, e organizado pelo coletivo Anticorpos – investigações em dança (DEART/UFOP) e pelo grupo Cuerpo Fluctuante de Cuzco. A produção executiva está a cargo do trabalho voluntário dos integrantes do coletivo Anticorpos e de outras pessoas afins. Neste sentido, a concretização do evento não seria possível sem o inestimável apoio dxs comerciantes e empresárixs locais, os quais figuram em  nossas redes  sociais e aos quais ficam aqui registrados os nossos mais sinceros agradecimentos.
Arigatô!
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