
Criado pelo grupo de pesquisas Intervenções em Lugares, Espaços e Adjacências (Ilea) do Instituto de Artes e Design (IAD), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o 1º Festival de Artes do Corpo: Reperformance, tem a pretensão de ser um evento anual no qual as poéticas centradas no corpo possam ser analisadas e experimentadas tanto por estudantes, artistas e pesquisadores, quanto pelo público em geral. As inscrições para trabalhos já estão abertas e vão até 31 de agosto.
O festival terá sua primeira edição em novembro de 2012, com foco na Reperformance, modalidade na qual o artista se baseia em uma performance já consagrada e a repensa, transpondo para sua área de atuação, como fotografia, artes plásticas, audiovisual ou qualquer outro meio de expressão de arte.
Nesta primeira edição, a programação será distribuída em três dias de atividades e apresentações nas quais os participantes farão releituras e reedições de performances notoriamente emblemáticas. As propostas serão selecionadas por edital e poderá participar qualquer pessoa que se interesse pelo tema, desde que o trabalho proposto aborde os problemas da performance, da arte relacional e da reutilização de produtos culturais na arte contemporânea.
Lúcio Agra, referência nos estudos da performance no Brasil, será um dos convidados. Artista e professor, reside em São Paulo, e ministra aulas na PUC. Também participa de um grupo de estudos em performance, tendo vários trabalhos nessa área.
Priscila de Paula, docente do IAD e organizadora do evento, ressalta que o evento é voltado para todos os artistas “que se interessam pelo corpo como ponto de partida, ou fundamento, numa produção poética”.
Interessados devem enviar seus projetos para o endereço inscricoesfac@gmail.com
Clique aqui para acessar o edital do 1º Festival de Artes do Corpo: Reperformance
Clique aqui para efetuar a inscrição
Outras informações:
(32) 2102 3354 (IAD)
Nesta primeira edição, a programação será distribuída em três dias de atividades e apresentações nas quais os participantes farão releituras e reedições de performances notoriamente emblemáticas. As propostas serão selecionadas por edital e poderá participar qualquer pessoa que se interesse pelo tema, desde que o trabalho proposto aborde os problemas da performance, da arte relacional e da reutilização de produtos culturais na arte contemporânea.
Lúcio Agra, referência nos estudos da performance no Brasil, será um dos convidados. Artista e professor, reside em São Paulo, e ministra aulas na PUC. Também participa de um grupo de estudos em performance, tendo vários trabalhos nessa área.
Priscila de Paula, docente do IAD e organizadora do evento, ressalta que o evento é voltado para todos os artistas “que se interessam pelo corpo como ponto de partida, ou fundamento, numa produção poética”.
Interessados devem enviar seus projetos para o endereço inscricoesfac@gmail.com
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Outras informações:
Algumas considerações sobre releituras e pós-produção em arte contemporânea, performance e reperformance.
Pós- produção, termo assimilado para o mundo das artes por Nicolas Bourriaud (Pós-Produção, SP: Martins Fontes, 2004) é o fenômeno artístico de interpretar reproduzir, assimilar, tomar para si, resignificar, reexpor produtos culturais disponíveis ou obras de arte realizadas por terceiros. Este dar novos usos à produtos culturais já existentes tem atraído um número cada maior de jovens artistas interessados em determinadas questões contemporâneas da arte, como produzir singularidades ou como recriar sentidos a partir de objetos, nomes e referências que constituem nosso cotidiano. Assim os artistas se tornam agentes de reconstrução deste cotidiano saturado de informações, reprogramando novas formas, dando novos sentidos à palavra uso e consumo. Ao contrário do pensamento modernista que se preocupava em criar algo novo, artistas contemporâneos podem se dedicar a inventar novos protocolos de uso a formas culturais já existentes, tomar posse e re-habitar antigos signos.
Por sua vez, as práticas poéticas focadas no corpo também têm tido um avanço importante no panorama artístico atual e o que antes podia ser facilmente entendido como performance, dança, ou cena curta, hoje abrange um enorme contexto de ações que acontecem entre paredes, nas cidades ou na internet; que podem ou não fazer uso de várias aparatos tecnológicos; que envolvem participações diretas ou sutis; que criam convivências, interatividades, modelos de sociabilidade, etc.; e por serem tão plurais atualmente, mesclam-se amiúde com as práticas de pós-produção na reutilização de signos culturais, na reprogramação de obras existentes, na apropriação de estilos e formas historicizadas, etc.
Repetir ou refazer de forma diversa uma performance própria, ou até mesmo se apropriar da performance de outro artista é uma prática atual que se abre ao debate, não só da pós-produção artística da cena contemporânea, mas sobre a efemeridade da própria performance. Neste esforço de torná-la material, recorremos uma série de informações sobre os procedimentos das performances e é através da posse deste material que a reperformance se torna viável e interessante como pesquisa e prática na arte. Um bom exemplo disso foi o evento organizado por Jens Hoffman em 2001, denominado “A little bit of history repeated” no Kunst-Werke Institut of Contemporary Art em Berlim. Durante três dias, várias performances foram reinterpretadas por diversos artistas a partir de ações, documentos escritos, fotografias, objetos, etc. Segundo seu curador, A little bit of history repeated “propunha investigar, através do caráter efêmero da performance, a idéia de acervo expondo o corpo como uma forma flexível de arquivo” (MELIM, R. Performance nas artes visuais, RJ: Zahar, 2008, p. 25). Tudo isso tem a ver também com o que Marina Abramovic postulou, “a performance só pode viver se for apresentada de novo”.