Dança
Diego Abegão
Vinícius Amorim
Encenação e luz
Vinícius Amorim
Orientação
Éden Peretta
O espetáculo de dança-teatro “Zoé– Restos de uma vida Nua” apresenta-se em fragmentos, compondo assim uma cena imagética com colagens de sentidos subjetivos ao corpo, tendo influências técnicas e poéticas tanto da dança contemporânea, como do contato improvisação e do Butô. O espetáculo faz uso de projeções e de iluminação, podendo ser realizado tanto em palco italiano quanto em caixa preta.
“Zoé” tem o intuito de revelar gestos da vida humana que são determinados como restos pela sociedade, trazendo como pano de fundo o conceito homônimo trabalhado pelo filósofo Giorgio Agamben. O espetáculo objetiva assim questionar a soberania do “eu” com imagens de duplos que caminham entre a animalidade e a humanidade, afim de criar uma cena tão simples quanto fantástica, em uma perspectiva surrealista.
Com o passar dos séculos, as sociedades fundadas sobre os paradigmas do Ocidente foram, gradativamente, anulando de suas consciências a dimensão da vida denominada pelos gregos de Zoé, a vida nua ou vida animal; aquela que nos une como viventes ao mundo. O espetáculo vem ao encontro de uma problematização da supremacia da razão e da idealização e normatização de um modo específico de existência para o indivíduo em sociedade, discutindo temas que são obscuros para a mesma. Busca assim deixar com que as incomunicabilidades do corpo que dança sejam ouvidas, sem esquecer da criação subjetiva de cada espectador, provocando assim uma reflexão mais ampla sobre os restos que habitam a vida de cada um.
Espetáculo na íntegra